sábado, abril 15, 2006

Sweet Brian.
Foi um cara que eu conheci. Do interior de Indiana. Um estado que eu mal sabia que existia. Viajei sem préconceitos. Mentira ! Viajei achando que eu ía odiar os EUA, e os americanos todos. Achei que eu ía ver aqueles obesos bizarros, e aqueles aculturados all over. Doce engano. Boston foi uma agradável surpresa. Quase não há aquelas pessoas gigantescas. De manhã, nas ruas, há milhares de pessoas correndo. Os cafés fervem durante o dia todo. E de ignorantes, os bostonianos não tem nada. É uma cidade muito conservadora ainda. Mas acredito que vai mudar. Há ares de coisas novas lá. A sensação é que as coisas acontecem, e da melhor forma. Coisas novas são criadas. Novas idéias. E no meio desse pequeno sonho, surgiu esse americano simpático, de 2 metros de altura. Impossível ficar ao lado dele e não rir. Super sarcástico o tempo todo, nerd, muito nerd. Afinal, os americanos que fazem acontecer são nerds mesmo. São capazes de passar os fins de semana na biblioteca e ficar felissíssimos. Incrível. Mas não foi isso. Sarcástico e pé no chão. Nerd mas realista. Uma das primeiras coisas que ele me disse foi que ele era excessivamente transparente. Foi aí, nesse momento que eu me senti cúmplice. Fugimos de um happy hour de work. E ele foi quem me disse que eu podia simplesmente ir embora, sem dar tchau pra ninguém. Nossa, como eu gostei. Como eu gostei da situação e dele. Houveram momentos em que estávamos exaustos, e mesmo com poucos dias, eu estava confortável. Não houve despedida. Eu proibi desde o início o assunto. Achei que ficaria bem. Pelo menos ok. Mas isso não aconteceu. E eu acabei triste. Pela situação, e pela impossibilidade. Eu me apeguei. Fui e queria de volta. Queria muito. Vieram lágrimas, repetidas vezes. Mas foi um sentimento meu. Essa curta cumplicidade há muito eu desconhecia. E me deixou feliz entender que o problema não é meu. Aliás, talvez em parte seja meu, mas em relação à outras coisas. Foram dias felizes. E agora, me tombo nostálgica desses dias. E é difícil não sentir saudades. Ele me deu tchau. Eu ainda não consegui dar esse mesmo tchau. Nem sei se quero. Na verdade, analisando, acho que é necessário. Faz parte do meu processo não desligamento. E até que ponto eu deveria respeitar esses meus sentimentos e até que ponto eu deveria ser mais pragmática ?! E estar presa nisso me deixa menos livre. E acho que eu preciso dessa liberdade. É tudo absolutamente confuso.

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Aqueles que sabem falam que é uma questão de se centrar mais no momento presente, mesmo ficando difícil. A obsessão em se desligar das coisas desejadas acaba gerando um pensamento que nos faz mais presos ainda, dessa luta.
Aceitação tal vez seja o que melhor possa nos ajudar.
Sempre acabam chegando novos ares :-)
Boa sorte!!!
Gabriela

6:17 PM  

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